Felicidade...


Eu sempre me questionei o que era felicidade, o que significava ser feliz e cheguei à conclusão pessoal, aos meus quase vinte anos, que felicidade deveria ser um estado de espírito passageiro, um sentimento misto de tranquilidade, de alegria e plenitude momentânea.
Hoje observo de uma forma mais ampla, felicidade de fato são momentos, momentos únicos que podem durar um segundo, momentos que as peças parecem se encaixar perfeitamente, sensação de que você está exatamente onde deveria estar. São sentimentos permutados, contudo são sentimentos individuais, para algumas pessoas: paz e amor, para outros: saúde e a conta positiva no banco.
A felicidade, também, pode ser aquele momento que você olha para trás e vê um passado minimamente agradável; olha para o futuro e, mesmo frente à tamanha incerteza, sente-se confortável que está dando os melhores passos, ou, pelo menos, os passos que lhe cabem.
Percebo também que muitas vezes nos privamos daquilo que nos dá prazer e que, provavelmente, poderia nos ocasionar felicidade, pois temos receio da interpretação alheia, vivemos necessidades que não são nossas, angústias e culpas implantadas por terceiros... temos uma grande dificuldade em diferenciar “eu” do “outro”, temos receio de magoá-los por não fazer o que é esperado.
Encaro a felicidade como uma atividade individual, que até possa ser “aquecida” por outras pessoas, mas nunca depositada, pois ser feliz genuinamente depende de si. Depende das nossas ações cotidianas, da abertura que damos para que a felicidade possa não apenas “bater à porta”, mas realmente adentrar. É uma prática e pode ser bem difícil aprendê-la, prendê-la, exercitá-la.

Marco Aurélio, em seu livro Meditações, expõe que “Somos todos criaturas de um dia, tanto os que lembram quanto os que são lembrados. Tudo é efêmero... rapidamente a memória de todas as coisas é enterrada no abismo da eternidade”. Se compreendermos a frase com olhos serenos, sem a obscuridade inicial, podemos entender que o ato de viver se dá aqui e agora e a possibilidade de ser feliz só pode ser realizada no presente.
E Marco continua “Tudo é feito pelo pensamento, portanto controle seu pensamento. Remova seus julgamentos sempre que desejar e terá paz... remova o julgamento ‘fui prejudicado’ e o prejuízo será removido”. Compreendo que temos que se desvencilhar de tudo que é negativo, que nos causa desconforto, temos que olhar ao nosso redor livre de julgamentos, preconceitos, com o máximo de empatia.

Quem sabe, assim, o caminho rumo à felicidade não se torna possível? Quem sabe, assim, a árdua caminhada da vida não se torna agradável? Quem sabe...
 


"Aquele que tem um porquê para viver pode suportar quase qualquer coisa" (Nietzche).


Postagens mais visitadas