Caleidoscópio

Um corredor branco à minha frente, limpo e brilhante. Vou caminhando lentamente e o corredor vai se colorindo, aos poucos, cores vivas vão dançando e moldando figuras assimétricas. A cada passo os tons se intensificam e vão tomando todo o espaço: paredes, chão, teto... até o momento em que as cores se misturam e fica difícil distinguir os detalhes, onde começa e onde termina cada parede, cada canto, cada esquina. Caleidoscópio. A caminhada continua e as cores vão se dissipando, aperfeiçoando com toques acentuados e cores firmes. O que antes parecia abstrato agora toma forma, são paisagens que vem e vão, são sabores que adocicam meu paladar e aromas nostálgicos. Ao meu redor, cores vibrantes pulsam sob meus olhos, os acordes são suaves e a plenitude emociona. Enfim, ao fim, tudo em perfeita sincronia. Uma névoa esbranquiçada vai tomando minha visão, cores e cheiros se esvaecem. A música, seguindo o ritmo da minha respiração, toca vagarosamente. Momentos bailam entre nuvens e serenam. Um tom pálido vai preenchendo o corredor, colorindo cada nuance. Meus olhos entreabertos. O branco vai se descolorindo lentamente e o corredor  se acinzentando, logo, torna-se breu. Lembro-me da melodia, das paisagens e a penumbra não me assusta, pois nada apaga as cores que outrora meus olhos enxergaram. 




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