Não sei...
Eu não sei para onde
vou... e isso não importa. Quero vivenciar o caminho, quero sentir a brisa do
mar em meus cabelos, o vento da janela aberta do carro, da varanda do vigésimo andar.
Eu não sei como chegar... eu vou devagarzinho, de mansinho... deixando a vida
me levar. Quero cantarolar minha canção favorita em alto e bom som, quero mudar
o percurso, quero me renovar a cada instante, mesmo que para isso tenha que me olvidar.
Eu não sei e simplesmente não tenho respostas... quero fechar os olhos,
agradecer a Deus e rezar para que os meus estejam sob Seus cuidados. Quero
viajar sem rumo, deitar na grama e contar as estrelas. Quero sentir a garoa em meu
rosto, a chuva torrencial se formando e movendo as folhas de lá pra cá. Eu não
sei. Quero descobrir o mundo, desvendar os segredos mais profundos e não me
inquietar. Quero movimento, quero silêncio, quero tudo e quase nada.
ToRtO
Sou torto de nascença
E torto hei de morrer
Fui torto para aprender a andar
Também para ler e escrever
Cresci torto de ideias
Até para mentir, torto hei de ser
Mas esta vida torta que levo
Ninguém há de entender
Porque mais torto do que eu
Só esta mania torta do povo
De não me entender
(Carolina Malaquias, 2002)