O que há atrás desta máscara?

Antes de sair de casa olho cuidadosamente na estante, reflito qual máscara devo vestir, as opções são variadas: feliz, séria, compenetrada, vitoriosa, sexy, etc. etc.. Escolho no guarda-roupa uma vestimenta que combine com minha feição, a tal máscara eleita, e saio. As máscaras são parte do nosso traje cotidiano, como um palhaço de circo que se enfeita para transparecer o que é apropriado.

Carrego comigo um leque de máscaras, um extenso estoque de possibilidades, todas ligeiramente aceitas socialmente, pois não basta vesti-la, tem que interpretá-la, abraçá-la e aceitá-la como real, como verdade.

Ser transparente em um mundo de aparências e de mentiras, infelizmente, não nos torna fortes, nos torna suscetíveis à maldade alheia, ao malogro. As pessoas, em geral, não estão familiarizadas com a felicidade, com a liberdade, com a escolha... e, às vezes, as máscaras nos dão espaço para suportar, mesmo sufocando nossa essência.

São poucas as pessoas que tem coragem e a delicadeza de olhar através das máscaras habituais, são poucas as pessoas que se importam de, não somente olhar através das máscaras, enxergar além dela, de compreender. Cada vez estou mais certa que são pouquíssimas as pessoas que iriam suportar a realidade escondida, a verdade nua e crua.



O grito (Edvard Munch)


Máscaras por Carolina Malaquias (2001)

O que há atrás desta máscara?
Será que você tem coragem de ver?
Será que um dia você irá entender?


Esta máscara que esconde,

Esta máscara que ilude
E nos faz crer...
Em um único ser.


Atrás desta máscara: os defeitos.

Atrás desta máscara: a imperfeição.


A máscara que esconde a realidade

E que mostra a superficialidade.


Quando esta máscara cair,

Quem irá suportar o real?

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