Santiago - Chile

         Santiago é uma cidade muito acolhedora, as pessoas percebem rapidamente que você é brasileiro (modo de se vestir – cheio de roupas, andar, estar perdido, etc.) e querem conversar, falam sobre as dificuldades enfrentadas e o patriotismo do país.


Embora eu tivesse lido muito sobre os passeios, tivemos que mudar nosso roteiro porque houve uma manifestação nacional por causa do salário mínimo. Segundo uma moça que conversamos no metrô, o salário mínimo deles (+- R$ 870,00 em fevereiro de 2013) dá para pagar apenas três semanas de despesas.
Nos hospedamos no hotel Panamericano, que fica localizado no centro de Santiago, há dez minutos caminhando da estação La Moneda (linha vermelha). O hotel, em geral, é muito bom... os funcionários são atenciosos e receptivos (salvo a moça do café de manhã que sempre estava de mal humor). O quarto é grande, em relação aos hotéis que já ficamos em outras viagens, porém a calefação e o chuveiro deixaram a desejar... tomamos banho morno e passamos frio a noite. A cama é gigante e a televisão tem muitos canais, até Globo News (embora eu não tenha assistido).


Optamos em realizar os passeios com a empresa que representa a CVC no Chile (TipGroup), seguem os valores que pagamos:
Vinícola – Undugarra
U$ 50,00
Excursão panorâmica a Cordilheira dos Andes
U$ 55,00
Viña Del Mar e Valparaíso
U$ 55,00
City Tour – meio dia
U$ 35,00

Undugarra
Nossa primeira parada em Santiago foi a vinícola de Undugarra, a guia local nos mostrou o espaço e falou sobre a história do vinho no Chile, contando como a casta Carménère havia sido dada como extinta no mundo e redescoberta no país na década de 90. Não entendo de vinho, mas agora sei os tipos de uvas e como ele é feito.


O passeio é muito agradável e termina com a degustação de quatro vinhos locais, e, para nossa felicidade, ainda ganhamos um regalo, a taça de vinho de Undugarra.




Cordilheira dos Andes
Indescritível! Não tenho palavras para descrever quanto é belo e maravilhoso estar perto dos Andes! É uma sensação maravilhosa e emocionante!
Iniciamos o passeio bem cedinho e passamos em uma loja para alugar roupas... CLP 7.000 a peça, ou seja, paguei CLP 21.000 para alugar calça, blusa e bota, e mais CLP 6.000 para comprar a luva (o aluguel era quase o mesmo valor), totalizando R$ 122,00.
Tivemos que tomar café ali mesmo, porque o pessoal da empresa chegou cinco minutos mais cedo e estávamos começando a tomar café, até tentamos levar um lanchinho, mas a moça que citei antes (mal humoradaaaa) não deixou.
Acredito que seja a altitude que dá um efeito sonífero, porque sempre que entravámos no ônibus todo mundo capotava... tentei segurar firme, pelo menos na ida, para conseguir admirar a paisagem e quase morrer do coração há cada curva que o micro-ônibus fazia, subindo aquela estrada estreita e sem barras de segurança.
Paramos em um ponto estratégico para brincar na neve... e meu sonho de criança sendo realizado... claro que tentei fazer boneco de neve, anjinho no chão, rolar, risos, literalmente uma criança brincando no gelo! Até tomei um pouco de neve, porque estava com sede e cansada (a altitude pode ser um problemão para as pessoas, graças a Deus só fiquei fatigada, mas nada de enjoos).


Chegamos à estação de Ski Valle Nevado antes do almoço, ficamos uns 30 minutos observando as pessoas, passando frio com os pés congelados... até deu uma pontada de vontade de esquiar, ou melhor, tentar esquiar, mas nossos dias já estavam todos programados.

Logo em seguida, almoçamos em um restaurante em Farellones, não chegamos a conhecer a estação de Ski. Segundo a guia do passeio, a estação era pequena e por isso ela deu preferência para o próximo centro de Ski: El Colorado.
Tudo em El Colorado parecia um filme, música alta... pessoas indo e vindo com seus esquis, sorrindo a toa... subidas íngremes e crianças aprendendo a esquiar, lindinhos demais! Uma cafeteria do lado das pistas e pequenas fogueiras para aquecer.


A neve é linda, mas o frio de 0ºC e a sensação térmica negativa começam a bater, é hora de voltar para o hotel.

Viña Del Mar e Valparaíso
Vamos a La Playa!



         Praia para nós, brasileiros, significa calor e micro biquínis... agora no mar do Oceano Pacífico com os seus 8ºC de temperatura, o mais aconselhável é só olhar mesmo. Segundo o guia o Oceano Pacífico é afrodisíaco, tudo que entra sai duro, hehe.
No caminho paramos em um restaurante com artesanatos típicos e tomamos outra bebida típica: a chicha, um suco de uva pouco fermentado que é muito consumido nas festas tradicionais de setembro, no mês da Independência, sendo que todas as pessoas devem colocar bandeiras na porta de casa nos dias 18 e 19 de setembro, caso contrário será multado!


Conhecemos a casa de veraneio de Pablo Neruda, um dos orgulhos chilenos, em Valparaíso. A cidade tem muitos morros, ruas íngremes e casas antigas, sendo grande parte em cima dos morros, também conhecemos o porto e alguns pontos turísticos, como o Monumento dos Heróis e o Corpo de Bombeiros.


Depois seguimos para Viña Del Mar, paramos para tirar fotos no Relógio de Flores e almoçar... CLP 15.000 por pessoa, com refeição completa (contando com bebidas e postres), em um restaurante muito bonito e chiquérrimo, com música ao vivo.
Demos uma passadinha no Cassino e perdemos CLP 1.000, ficamos assistindo as pessoas trocarem muito dinheiro por fichas e perderem muito dinheiro na Roleta e no Blackjack. Embora o segurança tenha dito “sin fotos”, eu entendi SIM fotos e disfarçadamente tirei algumas.


Conhecemos um pouco mais sobre a história do local e dos problemas enfrentados devido ao Tsunami de 2010, que matou mais de 500 pessoas. Segundo o guia local a ex-presidenta do país e atual candidata à presidência, Michelle Bachelet, havia sido negligente e não informou à população sobre a possibilidade de Tsunami, fato que culminou em mais mortes.
Viña Del Mar é uma cidade mais moderna, com apartamentos caros e um pouco mais de luxo. Embora o sol estivesse forte, não passamos tanto calor devido ao vento gelado. Para quem for visitar o local, veja a previsão do tempo e, dependendo da temperatura, vá com uma blusa mais leve por baixo para poder ficar mais confortável.
Ah, e não se atrase para voltar par o ônibus, como fizemos, porque as pessoas ficam realmente bravas! Até parece que se atrasarão para o trabalho, quanto estresse, risos.


         E não podemos esquecer de um dos pontos mais marcantes da viagem: o Moai, um dos dois que estão fora da Ilha de Páscoa. Ele é pequeno, mas dá vontade de pegar um avião e ir à Ilha de Páscoa conhecer os seus "irmãozinhos", risos.


City Tour
Fizemos o City Tour no último dia em Santiago, ou seja, a maior besteira! A guia deu várias dicas valiosas sobre palavras, locais e comidas, felizmente a gente fez grande parte do que ela nos apresentou, salvo a troca dos guardas no Palácio do Governo La Moneda, o Parque Metropolitano e Zoológico e o Observatório Astronômico.
Percorremos o centro da cidade e poucos locais afastados, uma das minhas maiores críticas em relação ao City Tour, queríamos conhecer mais locais, porém não nos foi apresentado ao passeio de dia inteiro, com mais locais e mais tempo. Uma dica é realizar o City Tour com a empresa Turistik, com o sistema Hip on e Hip off, fazendo com que sua experiência seja mais completa e mais personalizada. São CLP 20.000, só um pouco mais caro que o que pagamos e poderíamos utilizar o ônibus das 9h30 às 18h.
         O ônibus fez uma parada estratégica no Parque das Esculturas, ao lado do Rio Mapocho, e em uma loja que vende Lápis-Lazúli, contudo achei a loja muito cara... em seguida fomos deixamos, esta é a palavra mais correta, no Mercado Central. Achei meio estranho quando a guia nos deixou no mercado e cada um iria sozinho para o hotel, como já conhecíamos um pouco da cidade foi tranquilo e, felizmente, achamos uma tenda com regalos mais em conta, eita país caro!!


         Aproveitamos nossa última tarde em Santiago para comer a famosa Empanada de Pico (um pastel de carne com cebolas) e a Empanada de Caranguejo Centolla com queijo, hmm delícia!


Outros passeios
Além destes passeios, aproveitamos um dia para conhecer alguns Malls da cidade enquanto a manifestação acontecia. Não vimos nenhuma bagunça, mas os Carabineiros (policiais chilenos) são de dar medo em qualquer um, com seus carros tanques, cachorros e cara de malvado.
Caminhamos pelo Pátio Bellavista, que é um local com bastante artesanato e restaurantes (próximo à estação de metrô Baquedano) e jantamos no famoso Como água para chocolate, que tem uma ótima decoração e um clima aconchegante, além de uma comida maravilhosa (comemos Filé de Mignon, indicada como “filé de res” e Salmão, acompanhada de um delicioso Pisco Sour). Sim, é tão famoso quanto caro, e está lotado de brasileiros na alta temporada.


Também conhecemos o Hard Rock Café Santiago, que fica no Mall Costanera Center, que fica no maior edifício da América do Sul, são uns 300 metros de altura! Dica importante: ninguém conhece o Hard Rock e também não entendem o nosso sotaque, tente falar Harock Café que talvez você tenha sorte!


Em outro dia, fomos de metrô (tíquete por CLP 680) para o Mall Parque Arauco (estação Escuela Militar) e nos arrependemos profundamente... andamos um bocado até chegar ao Shopping e depois descobrimos que tinha um ônibus do hotel até lá de graça! Parque Arauco é lindo e com várias grifes bacanas, mas não achei nada muito barato. Exceto alguns produtos eletrônicos que as taxas são BEM menores, por exemplo, o Ipad Mini estava CLP 199.990 (uns R$ 900,00).


Tentamos ir ao Buena Ventura Premium (grande Outlet) seguindo os conselhos de um site, porém não deu muito certo. Pegamos o metrô até Vespucio Norte e descobrimos que teríamos que pegar um ônibus (mas somente pessoas com o bilhete único BIP podem pegar ônibus) ou andar uma hora ou pegar um táxi por CLP 7.000, mas conversamos com um pessoal de lá e nos informaram que aquela região era muito perigosa, por isso voltamos sem conhecer o famoso Outlet.
A maior dificuldade que percebemos na cidade foi a escassez de água, além de, é claro, dos preços abusivos de tudo! Por exemplo, pagamos em uma garrafa de água de 500 ml CLP 1.500, o que dá quase R$ 7,00! Claro que a alta do dólar colabora para os preços altos, assim como a alta temporada (julho e agosto). Outro exemplo, comendo pouco você gasta, individualmente, pelo menos CLP 15.000, ou seja, cerca de R$ 67,00. Depois nos falaram que a água vem da neve das Cordilheiras dos Andes, passando pelo Rio Mapocho, por isso percebemos que é mais barato tomar qualquer coisa MENOS água, pelo menos nesta alta temporada de 2013.




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