“Você é Carolina ou RH?”

Já ouvi inúmeras vezes brincadeiras sobre a profissão de amigos e a minha. Eu, por exemplo, quase todos os dias ouço no almoço ou em algum happy hour: “o RH chegou”, “você é Carolina ou RH?”, ou “não sabia que nutricionista comia hambúrguer”, “não vou cantar em inglês perto de você, não quero passar vergonha” ou, a máxima que todo psicólogo já ouviu, “cuidado com o que fala que ela deve estar te analisando”. Enfim, a partir de tantos exemplos, comecei a refletir o porquê destas piadinhas...
A língua portuguesa tem um jeito peculiar de nos definir o tempo todo, nós “somos” muito mais do que “estamos”, diferente da língua inglesa que “I am” pode significar ser ou estar, em português dizemos, por exemplo, “eu sou a profissão x” e, embora, tenhamos estudado muito para nos tornarmos profissionais qualificados e certificados, a profissão não deveria definir um estado absoluto ou quem nós somos, mesmo tendo competências e habilidades que me façam psicóloga e não física, neste minuto entendo que “eu estou psicóloga”.
Por que essa diferenciação é importante? Porque assim as pessoas podem ter mais facilidade em diferenciar a nossa vasta possibilidade de ser e estar, em diferentes contextos e derrubar possíveis limites impostos. Questiono-me bastante acerca a visão que as pessoas têm sobre todos os profissionais, como podemos mudar esta percepção, que pode ser uma ideia errônea e mal interpretada (ou não).

 E, antes de mais nada, lembrar que somos todos humanos antes de qualquer recurso. 

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