Poetizando a dor... dark passenger.

Poesia também é dor... dark passenger, um passageiro que não pede licença, entra sem tíquete e sem convite. Vem de passagem e vai embora sem deixar rastros.

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As palavras suplicam por vida, anseiam por serem escritas, interpretadas, sentidas.
As palavras sufocam, buscam por ar, por sentimentos, por liberdade incondicional.
As palavras cravam batalhas, não se dão por vencidas até se materializarem em frase, texto ou poesia.
As palavras são inquietantes, temem o silêncio, lutam com todas as forças para serem proferidas.
As palavras buscam concretizar o sonho de viver em liberdade e, enfim, serem mais do que um simples símbolo.


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A escuridão toma conta de mim outra vez, ela vai preenchendo este grande vazio por todos meus orifícios. Permito que ela se instale, faça de mim o seu lar, se aposse das minhas mãos, feição, mente e coração. Por um instante somos apenas uma, conectadas pelo mais profundo do âmago. A convido para dançar com os olhos marejados, nós conhecemos os passos de cor: Uma pra lá, as duas pra cá. Fecho os olhos e a sinto em mim, a escuridão me guiando enquanto a música toca, estamos abraçadas, íntimas. 

***

Eu tenho um gosto peculiar, eu gosto da dor que inicia no peito e irradia por todo meu corpo. Eu gosto do desgosto, da dor latente da falta de reciprocidade. Eu gosto do vazio, do vácuo, da ausência. Eu gosto de sentir minha pele rasgando, do gosto amargo de sangue, das lágrimas que salgam meu rosto. Eu gosto do aperto do coração, da falta de ar, da falta... Eu gosto da dor, da tristeza, do incontrolável. Eu gosto do drama, da raiva, do medo. Eu gosto do conhecido, mesmo não parecendo confortável. Eu gosto do que me faz sentir, sentir viva, mesmo que doa no mais profundo de minha alma. 


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Dúvida,
Duvida?
Não existe nós,
Apenas nós
Emaranhados
Um lapso
De relapso
Nós, laços
Adornos
Momento
Isolado
Nós não existem,
Apenas nós.

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