“Uma carta para relembrar”


Therese,

Eu não sou perfeita e nem busco tamanha pretensão, vivo meus dias como se fossem únicos, sem arrependimentos e sem ilusão. Acredito nas ciências exatas, na física e na química do encontro, não creio nas causalidades do cotidiano. Acredito piamente que o momento é o hoje e o agora, que os encontros ocorrem como devem acontecer e não temos controle sobre o destino que nos está fadado.
Você não é perfeita e isto é o que mais gosto em você, você vive seus dias e sua vida espontaneamente, embora com seus receios e medos, você se permite viver. E isto, na verdade, é só uma das tantas coisas que gosto em você.
Somos átomos e temos a mesma matéria que as estrelas, somos histórias e temos a mesma certeza: somos finitos e efêmeros. Diferente das estrelas que brilham por centenas de anos, nossa passagem é curta, é provisória, contudo não somos tão distintos, uma vez que cintilamos exatamente o tempo que devemos.
Somos todos iguais e todos temos nossas peculiaridades, somos humanos, inexplorados e inexatos. Por isso não me importa o controle, quero me perder em seu céu como uma estrela, quero refletir o seu sorriso pelas galáxias, quero iluminar os seus dias mais escuros e quero fazer parte, mínima que seja, de sua existência.

Carol.


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